COMPREENDENDO O DESAMPARO APRENDIDO: O QUE É E COMO SUPERÁ-LO
Você já passou por situações em que, independentemente do que tentasse fazer, nada parecia dar certo? E, depois de tantas tentativas frustradas, desistiu de agir porque acreditava que não faria diferença? Esse fenomeno é conhecido como desamparo aprendido, uma teoria desenvolvida inicialmente pelo psicólogo Martin Seligman em estudos com animais e posteriormente aplicada ao comportamento humano.
4/23/20252 min ler


O Que É o Desamparo Aprendido?
O desamparo aprendido refere-se a uma condição em que uma pessoa desenvolve a crença de que suas ações não têm impacto sobre os resultados que enfrenta. Isso ocorre, geralmente, após uma exposição repetida a situações negativas ou aversivas das quais não consegue escapar.
O estudo clássico de Seligman envolveu cães submetidos a choques elétricos que não podiam evitar. Posteriormente, mesmo quando tiveram a possibilidade de escapar, muitos desses cães permaneciam parados, aceitando passivamente a situação. Esse comportamento demonstrou que, diante de experiências frustrantes constantes, os indivíduos podem parar de tentar mudar sua condição.
Desamparo Aprendido na Vida Humana
O impacto do desamparo aprendido foi demonstrado em diferentes espécies animais, mas seus efeitos também podem ser amplamente observados em seres humanos. Na vida cotidiana, o desamparo aprendido pode surgir em diversas áreas. Algumas situações comuns incluem:
Desempenho Acadêmico: Uma criança que constantemente falha em provas matemáticas pode acreditar que nunca será boa em matemática e, por isso, parar de tentar melhorar.
Relacionamentos: Uma pessoa que enfrenta repetidos fracassos ou rejeições em relações amorosas pode desistir de buscar novas conexões, acreditando que sempre será rejeitada.
Problemas Profissionais: Um profissional que não é reconhecido pelo seu trabalho ou enfrenta seguidas derrotas pode sentir que é incapaz de crescer na carreira.
O desamparo aprendido tem sido associado a várias condições psicológicas, como depressão, ansiedade e baixa autoestima. Pessoas que desenvolvem essa mentalidade tendem a se sentir impotentes diante de desafios e muitas vezes não buscam saídas para melhorar suas situações.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar?
A TCC auxilia o cliente a identificar padrões de pensamento negativos que contribuem para sentimentos de desamparo aprendido e, a partir daí, substituir esses pensamentos por outros mais positivos e realistas, o que leva o cliente a perceber que tem controle sobre suas ações e resultados. Pequenos desafios então começam a ser propostos no plano de ação da terapia para que o cliente possa vivenciar experiências mais positivas, fortalecendo sua confiança na própria capacidade.
Por exemplo, um indivíduo que acredita ser incapaz de falar em público pode, com a ajuda da TCC, desafiar essa crença praticando pequenas apresentações em ambientes seguros. Com o tempo, ele pode perceber que é capaz de se comunicar efetivamente.
Referências Bibliográficas
Seligman, M. E. P. (1975). Helplessness: On Depression, Development, and Death. San Francisco: W.H. Freeman.
Abramson, L. Y., Seligman, M. E. P., & Teasdale, J. D. (1978). Learned helplessness in humans: Critique and reformulation. Journal of Abnormal Psychology, 87(1), 49-74.
Beck, A. T. (2011). Cognitive Therapy of Depression. New York: Guilford Press.
Hofmann, S. G., Asnaani, A., Vonk, I. J., Sawyer, A. T., & Fang, A. (2012). The efficacy of cognitive behavioral therapy: A review of meta-analyses. Cognitive Therapy and Research, 36(5), 427-440.
Mirella Camilli
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